Uma perguntas está em todos os programas de TV, em textos de opinião, em falas de “especialistas”– e até nas conversas familiares e com amigos (pelas telinhas de celulares e computadores, claro…): “como será o mundo que vai surgir depois dessa pandemia?”.
Apesar de mesmerizante – e de soar bastante profunda –, essa pergunta é uma farsa. A menos que você acredite em saídas deus ex machina, ou em salvadores da pátria, ela não faz qualquer sentido.
Claro que lideranças em todas as esferas (governamentais, políticas, científicas, diplomáticas, empresariais etc.) farão suas propostas e planos de reconstrução. Esse é o papel das lideranças. Mas não dá para ficar sentado esperando que essas mesmas lideranças digam como será o mundo. Ele será o que fizermos dele. Simples assim.
Impossível saber a resposta certa quando não se sabe a pergunta… E essa (que mundo sairá disso tudo?), cara leitora, caro leitor, não nos levará a lugar algum.
Humildemente, faço minhas sugestões de perguntas:
– o que posso fazer nesse cenário para colaborar com uma retomada?
– o que aprendi nesse tempo que pode ser útil daqui para a frente?
– o que eu fazia antes pode ser feito diferente?
– como vou cuidar das minhas relações pessoais e profissionais de hoje em diante?
– o que é prioritário na minha vida?
– o que eu fazia antes tinha tanta importância assim?
– como posso fazer a diferença?
– como posso juntar forças com parceiros, fornecedores, colegas e criar novas soluções?
– como posso empreender algo novo?
– quero buscar uma recolocação ou quero me reinventar?
E há outras mais prosaicas – mas que fazem grande diferença:
– cuidaremos melhor do planeta?
– cuidaremos melhor das pessoas?
– seremos mais solidários?
– amadureceremos?
Há mais mil perguntas a serem respondidas por cada um de nós. E não virá ninguém com a resposta pronta.
Ou a gente pensa nisso ou fica como o sujeito na canção de Roberto e Erasmo Carlos:
“Olho pra mim mesmo e procuro
E não encontro nada
Sou um pobre resto de esperança
À beira de uma estrada…”