O tema não é tão novo assim, mas, com a mudança do nome do Facebook para Meta, houve um burburinho do mundo corporativo. O que muitos não sabem é que, em 1992 a expressão metaverso foi utilizada pela primeira vez na publicação do livro Snow Crash, do autor Neal Stephenson. A narrativa da obra mostrava a possibilidade das pessoas em “fugir” para um mundo digital paralelo diferente de sua realidade atual. Ou seja, elas poderiam adentrar um metaverso e se ausentar da vida cotidiana.
Se pararmos um pouco e refletirmos, as redes sociais nos treinaram para isso. Em meu livro A sua marc@ no Digital, lançado em 2018, trago uma reflexão de que as pessoas se transformaram em fakes de seus próprios avatares e hoje, somos carne, osso e pixels. Ou seja, nas redes sociais podemos ser quem quisermos e criamos a persona ideal para nos mostramos ao mundo.
O que muda, então? Com o metaverso essas possibilidades de fuga são potencializadas, seja por questões psicossociais ou por puro entretenimento. E é aqui que entra as possibilidades mercadológicas de experiência de marca.
Vale relembrar que a experiência de marca está relacionada a qualquer percepção construída ao longo da jornada do cliente (antes, durante ou depois), podendo este, ter utilizado ou não uma determinada marca. O brand experience é um conjunto de estratégias desenvolvidas com o foco de aumentar a interação do cliente com o negócio visando o fortalecimento de marca, aumento de LTV (valor de tempo de vida), nível de satisfação e ticket médio de compra.
E como está o metaverso hoje?
De acordo com dados de um levantamento realizado pelo Kantar Ibope Media, divulgados pelo Uol, 6% dos brasileiros que usam a internet já transitam por alguma versão do metaverso. Segundo a Escola de Experiência do Cliente, a previsão de faturamento de negócios no metaverso até o ano de 2025 é de R$ 3 trilhões. Outro relatório do banco Citi, ao qual a IstoÉ Dinheiro teve acesso, mostra que esse universo atrairá cerca de cinco bilhões de usuários e pode chegar a faturamentos de US$ 13 trilhões até o ano de 2030.
A empresa norte-americana Nike, considerada a marca de roupas mais valiosa do mundo, anunciou a compra da RTFKT, uma empresa focada na produção de artefatos digitais para o universo meta. Já o Boticário, promoveu várias ativações no jogo de realidade virtual, Avakin Life, onde os jogadores podiam visitar a loja, resgatar recompensas e comprar produtos. Outra marca que vem investindo neste ambiente é a BMW, que recentemente lançou um carro elétrico no metaverso. O que todas essas ações têm em comum? Elas estão restritas a uma camada da sociedade, mas, com o passar dos anos estará acessível a grande massa.
O que esperar do metaverso até 2030?
Para a Gartner, consultoria internacional, o metaverso está na sua fase emergente e será aprimorado até o ano de 2024. A partir de 2025, o metaverso entrará em sua fase avançada com a combinação de jornadas cruzadas mais sofisticadas, onde será possível integrar sistemas de compras, relacionamentos, ações de cross sell, CRM, RPA e entrega 100% automatizadas. Porém, a maturação da tecnologia, ocorrerá de fato a partir do ano 2029 com o amadurecimento da economia virtual.
Com o metaverso na sua fase de maturação, gestores de marca precisam se concentrar fortemente na identificação correta das personas, cruzamento das jornadas, definição dos OKR e KPI relacionados a branding, experiência e vendas. Nos próximos oito anos enxergaremos a evolução orgânica deste universo e o que hoje é estranho, amanhã será normal.
E você, acredita no futuro do metaverso? A sua marca está preparada para essa experiência?