Quiet ambition Foto: iStock
Encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um dos impasses da atualidade. Diante desse contexto, profissionais da geração Z estão demonstrando cada vez menos interesse em conquistar cargos de liderança. Esse comportamento, por sua vez, deu origem ao termo quiet ambition, que está ganhando destaque no mercado de trabalho. Para entender o que é essa expressão e como pode alterar a dinâmica das empresas, a equipe do Trendings conversou com Edna Rodrigues Bedani, mentora, palestrante e professora de Liderança e Carreira na ESPM.
Quiet ambition é uma expressão que vem do inglês e pode ser traduzida como ambição silenciosa. Trata-se de uma falta de interesse da geração Z em conquistar cargos de liderança. “É um termo usado para se referir aos profissionais, principalmente jovens da geração Z, que querem realizar somente as tarefas que dizem respeito a sua função e não têm ambição de assumir cargos com mais complexidade”, explica.
De acordo com a professora, o desinteresse desses jovens por cargos de liderança é proveniente de uma tentativa de manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “Eles priorizam a qualidade de vida, a saúde mental, o tempo livre e a convivência com a família e amigos, muito mais do que viver estressado pelas atividades de um cargo de liderança”, afirma.
Bedani também acrescenta que um dos fatores que contribuíram para o surgimento desse comportamento foi a pandemia de covid-19. “O trabalho passou a ocupar um papel secundário na vida dos jovens. Houve uma aversão ao volume de responsabilidades que são assumidas em cargos de liderança, além das cargas horárias excessivas.”
Segundo a professora, esse movimento pode promover mudanças na dinâmica das empresas a longo prazo. “Se as organizações não mudarem o modelo de gestão e a jornada profissional oferecida aos jovens profissionais, eles não terão interesse em continuar a jornada profissional sem vantagens reais que atendam seus interesses pessoais, muito menos ocupar posições de liderança com mais responsabilidades sem o retorno financeiro e de qualidade de vida desejado”, comenta.
Bedani explica que a resposta para essa pergunta está na união de duas palavras-chave: aprendizado e adaptação. O ponto de partida para colocar isso em prática e lidar com esse tipo de situação é entender as causas do desinteresse dos colaboradores que atuam dentro de cada empresa.
“Acredito que este momento requer das empresas e de sua liderança uma revisão e atualização dos processos de gestão, um entendimento das mudanças que acontecem no mundo do trabalho, na necessidade de capacitar e recapacitar todos os profissionais nos novos modelos, de forma que tornem-se mais flexíveis, fáceis de serem realizados, propiciando a motivação, o engajamento e desenvolvimento contínuo”, diz.
“Os jovens profissionais [por outro lado], precisam entender as principais características do mundo do trabalho e aprender a navegar no mundo corporativo, entendendo que o modelo de gestão das empresas está em evolução e que esta não acontece na mesma velocidade da evolução tecnológica”, finaliza.
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