Se branding é ferramenta de gestão de marca, o que é rebranding? É readequar a marca quando houver necessidade. “É algo profundo, que passa por alterações nos elementos da marca e no posicionamento dela”, afirma Daniela Khauaja, consultora e professora de Marketing e Branding da ESPM. Com isso, ocorrem mudanças que acabam levando a alterações de nome, de identidade visual e até de produto, seja para uma mudança radical, seja para acrescentar novas características à marca.
Mas a transformação não acontece gratuitamente. É preciso ter clareza dos objetivos para implementar o rebranding e existem três pontos de monitoramento que orientam uma empresa a detectar a necessidade de mudar:
“Tem que monitorar sempre”, orienta Daniela. “Uma empresa data driven recebe dados a todo momento e com esse diagnóstico em mãos deveria ser capaz de compreender quais mudanças vão ser positivas para a marca, fazendo uma avaliação de risco”. A especialista explica que existem três tipos de rebranding: de oportunidade, reativo ou corretivo. O reativo e o corretivo são mais fáceis de implantar, porque se referem a mudar para atender o mercado e o consumidor, já o outro modelo é mais elaborado, porque se relaciona com tendência.
Segundo Daniela, existem três razões básicas e, portanto, três tipos de rebranding para uma empresa investir no reposicionamento de marca:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
“Um erro grave é mudar logotipo, embalagem e layout de loja e continuar igual”, afirma Daniela. “Rebranding é um processo que muitas vezes tem que mudar a cultura da organização”.
O Twitter mudou o nome do dia para a noite e a marca perdeu valor gigantesco. De um ponto de vista técnico, seria mais fácil e rápido adaptar a marca, que era forte. Mas Elon Musk, comprador da rede social, seguiu um caminho diferente. Mudou o nome do Twitter, não perdeu usuários, mas precisa construir a nova marca, batizada de X. “Musk quer fazer da X um one stop shop, onde você manda mensagem curta, pede comida, se comunica, faz compras em uma plataforma multiuso e vai competir com várias empresas ao mesmo tempo”. O tempo dirá se a estratégia vai dar certo ou não.
O capricho de Musk não é regra. Inclusive, Daniela aponta que capricho não costuma vir de CEO. É comum o rebranding dar errado quando uma empresa contrata um novo gestor que quer deixar a sua impressão digital e ele muda alguma coisa que não precisava. Por isso é tão importante a consistência na identificação dos objetivos e necessidades dessa ação.
A implementação pode ser feita por consultores de branding ou agências de comunicação e marketing. Em empresas maiores, o trabalho pode envolver a gestão de marca, de marketing, comercial e de experiência do cliente. Grandes corporações envolvem o RH, porque o rebranding pode demandar uma mudança na estrutura da organização e aí aplica-se o employer branding, que consiste em trabalhar a marca para que as pessoas a entendam e queiram trabalhar nela, também como estratégia de retenção de talentos.