Para muitos, é o fim do mundo (e dos humanos). Para outros tantos, uma oportunidade incrível e um salto para a humanidade. E você, em qual time está?
Na argumentação catastrofista, é o início do fim da “utilidade” do ser humano. Isso porque, como uma tecnologia que “aprende”, talvez em breve muitas das coisas que hoje são feitas por nós poderão ser feitas, com vantagens de qualidade e de custo, pela IA. E mais: será que, em algum momento, ela terá a capacidade de desenvolver aptidões humanas, como opinião, emoções ou empatia?
Para o time entusiasta, esse é apenas mais um salto que, como os anteriores (da primeira, da segunda, da terceira e da quarta Revolução Industrial), em vez de apenas “extinguir” postos de trabalho, tirará um fardo dos ombros humanos e abrirá espaço para novas carreiras e ocupações. E até o tão propalado tempo para o “ócio criativo”.
Eu, particularmente, prefiro ficar me equilibrando na linha tênue entre as duas torcidas. Acho que devemos, sim, abraçar abertamente as novidades, nos permitir experimentar e vivenciar tudo – e adotar aquilo que for positivo, confortável e, por que não, útil. Por outro lado, não dá para mergulhar de cabeça num lago do qual não sabemos a profundidade ou num mar do qual não conhecemos as correntezas e marés. O negócio é sentir a temperatura da água colocando os pés primeiro.
No caso do ChatGPT, os riscos e os benefícios me parecem ainda empatados. Claro que, assim como tudo o que a humanidade já criou, há quem encontre utilidades reais para impulsionar a vida e quem enxergue apenas seu uso de forma egoísta ou até mesmo desonesta.
Neste caso, aprimorar a forma como buscamos conteúdos pode ser um bom resultado. Já para quem quer apenas se livrar de tarefas, como no caso da preguiça de pesquisar para escrever algo, terceirizando o trabalho humano para a IA, a ferrugem nos neurônios pode ser um resultado esperado – e muito triste.