Novos modelos de trabalho, equipes multidisciplinares e inovações tecnológicas são questões que têm promovido debates e transformações dentro de ambientes corporativos — o que reflete diretamente na atuação de profissionais que assumem cargos de liderança. Quais são os principais desafios de um líder do futuro? Como enfrentá-los? As respostas para essas perguntas foram o tema do episódio #45 do Lifelong Cast, podcast da ESPM sobre o futuro do trabalho e dos negócios. O programa contou com a participação de Maria Augusta Orofino, professora da ESPM. Confira:
De acordo com a professora, a adoção de modelos de trabalho considerados “alternativos” trouxe novas preocupações para quem assume posições de liderança. “O formato tradicional de contratação de trabalho no Brasil ainda é por hora. Nós vendemos horas do nosso dia para uma organização. Esse é o primeiro grande embate que estamos vendo, porque, quando eu vou para um modelo híbrido ou até que eu possa ter flexibilidade de horário, a empresa em si não tem como monitorar essas horas que ela comprou da minha vida”, diz.
Nesse contexto, Maria Augusta recomenda incentivar a autonomia da equipe. “Isso foi muito acentuado em função da pandemia, do trabalho remoto — onde nós estamos vendo uma resistência muito grande a voltar ao trabalho convencional em que eu vou cinco dias para um espaço físico presencial. Eu vejo que a grande transformação nessa liderança é uma aceitação da mudança do seu papel de não mais ter um comando de controle, mas estimular o protagonismo e a autonomia na sua equipe.”
Segundo a professora, outra questão que merece destaque quando se trata de liderança é a gestão de equipes diversas e multidisciplinares. “O desafio é aceitar opiniões divergentes da minha. Quando eu trago equipes com diversidade de gênero, idade, procedência, etnia, de orientação sexual, eu vou trabalhar com certo incômodo, porque nem todo mundo pensa igual a mim”, afirma.
Apesar das diferenças, Maria Augusta explica que a diversidade é uma peça essencial para promover a inovação dentro de uma organização. “Eu preciso trabalhar com a diversidade, é fundamental, eu tenho que ter opiniões divergentes, isso faz parte do processo de inovação.”
O avanço da tecnologia tem levantado pautas dentro e fora do ambiente corporativo. Na opinião da professora, lutar contra essas inovações não é um caminho a se seguir. “Trabalhos braçais, que exigem da nossa coluna, que nos levam ao estresse pela repetição precisam urgentemente ser substituídos”, comenta. “É [preciso] abrir para o novo, é estimular isso, não como forma de eu perder a minha criatividade, mas, sim, como condição para eu melhorar e abrir espaço para momentos de maior ócio para que eu possa emergir com mais criatividade”. “Sejam criativos, sejam inovadores, busquem a arte, busquem coisas que máquina não faz que nós não seremos substituídos por robôs”, recomenda.
Diante de um cenário no qual a tecnologia ganha cada vez mais espaço, Maria Augusta chama a atenção para a importância de uma gestão humanitária. “Eu acho que hoje o maior desafio é resgatar a nossa humanidade, ter empatia, compreensão, colaboração, isso está sendo bem mais difícil”, diz. “Nós não estamos trabalhando com robôs, com máquinas. Nós estamos trabalhando com pessoas que sentem, se emocionam, que têm problemas, e que tem dias que estão bem e tem dias que não estão. Eu acho que essa sensibilização para essa condição humana que nos rege é o principal ponto que nós temos que ver.”
Ouça o episódio na íntegra:
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