Às vezes o santo não bate. Fato. Aquele colega, aquele chefe, o novo vizinho de mesa… Acontece. E pode ser recíproco ou ser você o colega, o chefe ou o novo vizinho de mesa que alguém não vai gostar.
Por que, então, isso mexe tanto conosco – sejamos nós a não gostar ou não ser “gostados”?
Talvez o papel que o trabalho tem em nossas vidas tenha nos feito esquecer que aquela não é nossa vida: é apenas o nosso trabalho. Afinal, ficamos muitas e muitas horas no escritório, mais do que em casa. E passamos muito mais tempo com os colegas do que com a família ou os amigos. Isso faz com que as relações pareçam (repito: pareçam) a coisa mais importante das nossas vidas.
Mesmo assim, é do jogo: algumas relações vão ter arestas, haverá rusgas, eventualmente um tom menos amistoso. É saudável, pois trabalho não é espaço de consenso, mas de soma – de visões, de expectativas e de experiências diferentes. Faz parte da melhor alquimia possível para bons resultados.
Sabe o que não dá? Desrespeito. E ele, geralmente, acontece mais pelo “como” do que pelo “o que” dizemos ou fazemos para os nossos “desafetos profissionais”.
Podemos discordar, dizer que a ideia não é tão boa, propor alguma alteração no trabalho do outro. Sublinhar a discordância, a opinião sobre a i/deia ou a sugestão de mudança no trabalho com ironia, com desprezo, deixando claro, no subtexto do tom de voz, da fala corporal ou na explicitude das palavras é pura falta de caráter, de transparência, de maturidade e de profissionalismo.
Aliás, até já inventaram um termo para isso: assédio moral.
Não precisa fingir que gosta. Não precisa sorrir falso. Basta honestidade e um tantinho de empatia: como você se sentiria se estivesse no lugar da outra pessoa?
LEIA TAMBÉM:
Como a saúde mental afeta sua produtividade