A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (PNAD Covid-19), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em novembro de 2020, não deixou dúvidas: a pandemia foi avassaladora para o mundo do trabalho e do emprego:
Se você é uma das 7,3 milhões de pessoas, entre as 84,7 milhões ocupadas, que puderam (e ainda podem) ter o privilégio de manter o emprego e trabalhar a distância, em home office, talvez já tenha passado por diversas fases: da “que bacana” à “não aguento mais”.
A falta de fronteiras físicas entre a casa e o trabalho, o mundo pelas telas, telinhas e telonas, a convivência em que seus colegas de trabalho foram trocados pela família ou pela solidão doméstica e até a ausência do trânsito ou do metrô foram nos fazendo oscilar entre o bom humor, o tédio e o esgotamento.
Claro que muita gente pagaria para não voltar ao trabalho presencial (e talvez ele seja intermitente daqui para a frente). Mas há quem já admita: a falta do colega chato, mas que era companhia para um almoço ou café, no qual poderiam falar de assuntos diversos. As saudades de poder trocar figurinhas sobre a empresa ou o trabalho com colegas – e até se safar de fazer uma bobagem nesse breve contato no ambiente de trabalho. A ausência de certos rituais: cafezinho, crachá, mesa, ramal, foto da família…
Quando o trabalho se resume a si mesmo, pode haver vantagens (está aí o aumento da produtividade nesse período para provar isso: muita gente preferiu se dedicar a ele a ter de cuidar da louça na pia…). Mas trabalho tem muitas outras coisas simbólicas que dão sentido ao ganhar o pão.
Como entender os códigos não escritos? A mesa perto da janela, a sala maior, quem fala com quem, as aproximações políticas… Sem esses sinais, tudo vira somente aquilo que é “oficial”. Afinal, que cultura empresarial pode prescindir do famoso “corredor-press”? Isso também fez falta…
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