Todos os anos, um ranking bastante aguardado mexe com os ânimos do mercado: “As Marcas Brasileiras Mais Valiosas” – também chamado de BrandZ 2020, elaborado pela Kantar em parceria com o grupo WPP.
Este ano, devido à pandemia, apenas 25 marcas apresentaram desempenho acima da “nota de corte” dos critérios do ranking. Mesmo assim, juntas somaram US$ 55,7 bilhões em valor total, um crescimento de 4% sobre os valores de 2019. Esse capital imaterial impacta no modo como os consumidores veem e consideram cada uma delas.
As cinco maiores, segundo o levantamento, são Itaú, Skol, Bradesco, Magalu e Brahma. Dois bancos, duas cervejas e um varejista (veja abaixo a lista completa).
Já a lista da Brand Finance, que lista as 10 marcas mais valiosas do mundo, traz nas cinco primeiras posições o seguinte cenário: Amazon (varejo), Google (tecnologia), Apple (tecnologia), Microsoft (tecnologia), Samsung (tecnologia).
Numa leitura bastante simplista, vemos que o Brasil parece estar girando numa rotação à parte do restante do mundo, que vive a efervescência da 4ª Revolução Industrial. Nossa economia, nesse sentido, parece centrada no mundo financeiro, na produção de bebidas e no comércio de bens de consumo. Até porque não temos aqui uma indústria de tecnologia lá muito significativa…
Outra comparação que podemos fazer é um recorte da avaliação dos jovens brasileiros sobre as marcas, mas sem distinção entre marcas nacionais ou globais – no caso, um estudo da B Youth, da HSR Specialist Researches.
Nas cinco primeiras posições, Apple (tecnologia), Google (tecnologia), Coca-Cola (refrigerante), Lojas Americanas (varejo) e Nike (vestuário). Ao compararmos as três listas, vemos que, apesar de o Brasil ainda ter marcas de setores mais tradicionais encabeçando a lista de valor, nossos jovens estão mais alinhados à tendência global.
Pensando sob o ponto de vista de tendências e megatendências, o que dá para concluir primeiramente, de forma bem simplista, é que o mercado brasileiro está ainda em uma etapa anterior ao restante do mundo – mesmo no que diz respeito à sintonia entre ele e os jovens consumidores. E que, talvez em cinco ou seis anos, nosso ranking possa refletir o que vemos hoje nas duas listas com as quais fiz aqui a comparação (a depender, claro, de o país entrar, finalmente, a indústria da tecnologia encontrar um lugar ao sol em nossas terras tropicais).