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5G no Brasil: os impactos dessa tecnologia e a disputa pela infraestrutura da rede

Filipe Oliveira
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Tecnologia viabilizará a internet das coisas e os veículos autônomos, explica Humberto Sandmann, professor de Tech da ESPM

Uma internet mais rápida e com menor latência. De maneira simplificada, assim costuma ser explicado o 5G. Mas, afinal, por que essa tecnologia é tão aguardada e quais impactos deverá provocar nos negócios e no seu dia a dia?

Humberto Sandmann, professor de Tech da ESPM, comenta que a quinta geração das redes móveis poderá ter downloads de até 20 Gb/s (gigabits por segundo). “A velocidade vai ser tão impressionante ao ponto de você baixar um filme da Netflix em dois ou três segundos”.

Além de maior velocidade de download e upload, a rede 5G possibilitará comunicações sem atraso. “Você vai poder manipular coisas em tempo real. Imagine dirigir um Fórmula 1 da sua casa no autódromo de Imola (na Itália) usando óculos de realidade virtual. O delay vai ser tão baixo que vai permitir esse tipo de coisa”, afirma Sandmann.

Mas o principal impacto dessa tecnologia será viabilizar a implementação da Internet das Coisas (IoT). “Com o 5G, a gente espera que algo em torno de 20 bilhões de dispositivos comecem a se conectar à internet em todo o mundo”, comenta o professor. “Tudo estará acessível na internet. Do escritório, será possível acionar a cafeteira em sua casa.”

Combinada a tecnologias, como big data, inteligência artificial e IoT, a nova geração de internet também tornará viável os veículos autônomos e as cidades inteligentes, com dispositivos conectados que geram informações para melhorar a vida das pessoas. Humberto cita como exemplo semáforos inteligentes, que podem controlar melhor o fluxo de carros e pedestres e reduzir os congestionamentos nas grandes cidades.

Humberto, porém, faz um alerta: governos autoritários também poderão usar dispositivos conectados para vigiar os cidadãos. “Vamos poder monitorar em tempo real quase que a população inteira. Com o 5G, a IA e o big data, você consegue criar um ‘leviatã’ para gerenciar tudo”, diz o professor. “Isso com certeza coloca o mundo em um sistema de novo compliance de monitoramento e das relações entre pessoas.”

5G no Brasil

No começo de julho, a Claro anunciou a primeira rede 5G comercial do país, oferecendo o serviço em regiões de São Paulo e Rio de Janeiro. A tecnologia usada pela empresa é conhecida como 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro), que pode ser considerada uma transição entre o 4G e o 5G.

De acordo com a Claro, o serviço é até 12 vezes mais rápido do que o 4G tradicional – em testes da própria companhia passou dos 400 Mbps. A Vivo também já oferece o 5G DSS em algumas regiões e a Tim planeja lançar esse serviço em breve.

Apesar dessas iniciativas, a implementação da quinta geração das redes móveis está atrasada no Brasil. “O 5G era esperado para um ou dois anos atrás”, comenta Humberto. O leilão que definirá as empresas que vão instalar a rede só deve ocorrer em 2021.

Entre os concorrentes para oferecer equipamentos para as teles estão a sueca Ericsson, a finlandesa Nokia e a chinesa Huawei, alvo de uma campanha de boicote dos Estados Unidos.

“Do ponto de vista econômico, o 5G é o tipo de tecnologia que the winner takes all (o vencedor leva tudo). Não vale a pena depois de instalar uma antena trocar essa antena por outro fabricante porque eu teria problema para fazer um protocolo conversar com outro”, explica Humberto. “O primeiro vendedor que ganha o contrato, ganha todo o mercado. Não só vendendo as antenas, mas a longo prazo vendendo a manutenção, o suporte e um monte de serviços atrelados a isso.”

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Filipe Oliveira

Editor do #Trendings.

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