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Gestão da inovação: o que é e como funciona

Roberta De Lucca
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Entenda a importância e porque as empresas precisam de profissionais com competências para gerir esse processo

“Muitas pessoas, inclusive acadêmicos, acham que inovar é pensar fora da caixa, fazer uma série de dinâmicas subjetivas e holísticas e isso gera uma grande confusão. Uma empresa inovadora não necessariamente é a que tem os funcionários mais criativos. Inovação, na verdade, é um processo de muito suor, de muita análise e que requer gestão”, afirma Paulo Freitas, coordenador do Master em Gestão para Inovação da ESPM.

Por mais que soe estranho, a gestão da inovação muitas vezes é um processo cartesiano, que começa na capacidade da empresa de ter algumas pessoas, geralmente as mais sêniores, que olham o cenário competitivo, analisam os movimentos do mercado, a concorrência direta ou indireta, as demandas dos clientes, o surgimento de novas tecnologias e os novos processos. O gestor observa e foca no que interessa e que diz respeito à empresa, com um olhar ajustado aos novos modelos de gestão, os quais levam em conta coisas não necessariamente relacionadas com o seu negócio, mas que podem vir a impactar de alguma maneira.

Para exemplificar, Freitas cita o Magazine Luiza, que durante a pandemia viu seu e-commerce perder espaço de uma hora para a outra para o Mercado Livre, que mergulhou com fôlego na inovação. A boa gestão da empresa mudou a logística de entrega e apostou na remessa própria, sem a participação dos Correios. Como resultado, recebimento rápido dos produtos e clientes muito satisfeitos com a eficiência da empresa.

Como funciona na prática a gestão para inovação?

Quando a corporação tem capacidade de olhar o cenário competitivo e mapear os movimentos possíveis, ela identifica onde pode inovar. As soluções podem ser pequenas operações de aperfeiçoamento do processo estabelecido ou ser mais incisivas a ponto de promover rupturas. “Até aqui o processo ainda está no campo das ideias. Para tornar a mudança real é necessário percorrer um caminho que envolve técnicas e conceitos de implantação, como design thinking, modelos ágeis de gestão e fundamentalmente tecnologia, porque inovação e tecnologia andam juntas. É um casamento indissolúvel”, afirma o professor.

Segundo Freitas, as tecnologias estão ficando mais baratas e, portanto, mais acessíveis. O gestor tem que olhar sempre para o imponderável, para o futuro, e ter capacidade de analisar o mercado, identificar possíveis tendências e o que pode acontecer para decidir quais são as possibilidades de gestão e de uso da tecnologia.

Muitas vezes esse trabalho é feito pelo CMO (Chief Marketing Officer), que se inteira sobre as possíveis tecnologias que estão sendo usadas no mercado. Para isso, o profissional precisa efetivamente conhecer o potencial que as tecnologias atuais oferecem para viabilizar a aplicação do conceito de inovação e mudança em prática. O CMO tem de ter uma visão completa da empresa, das possibilidades do cenário e da concorrência, das tendências e de encaminhamento desses movimentos, sabendo equacionar as soluções.

O que se estuda em um curso de gestão da inovação?

Toda empresa que quer se manter bem posicionada no mercado precisa investir em inovação e ter profissionais capacitados para fazer a sua gestão. Vem dessa necessidade o surgimento de cursos de pós-graduação ou MBA em Inovação. De acordo com Freitas, esses cursos têm uma postura orientada para negócios e disciplinas que ensinam a analisar o comportamento do consumidor e o cenário para interpretar movimentos e os riscos, entre outros aspectos que visam dar ao estudante mais maturidade para olhar o ambiente de negócios.

Em instituições de ensino como a ESPM, a grade contempla técnicas de gestão de processos, design thinking, análise de plataformas para entender como as tecnologias são geridas e abrigadas, aplicação de CRM, big data, analytics e gerenciamento de cadeias de suprimento e de valor. Para fechar o ciclo, o profissional conclui o curso preparado para ser um gestor da inovação que tem clareza de que hoje existe uma nova postura em soft skills, na qual ele leva para o time o entendimento de que a empresa deve ser vista como um agente de transformação.

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Roberta De Lucca

Jornalista colaboradora do Trendings.

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